O amor maduro não é menor
em intensidade
Ele é apenas silencioso
Não é menor em extensão
É mais definido, colorido e
poetizado
G
Não carece de demonstrações;
presenteia com a verdade do
sentimento
G
Não precisa de presenças
exigidas
Amplia-se com as ausências
significantes
G
O amor maduro tem e quer
problemas, sim como tudo,
Mas vive dos problemas da
felicidade.
Problemas da felicidade são
formas trabalhosas de
construir o bem e o prazer
Problemas da infelicidade
não interessam ao amor
maduro
G
Na felicidade está o encontro
de peles, o ficar com gosto
da boca e do cheiro, está a
compreensão antecipada, a
adivinhação, o presente de
valor interior, a emoção vivida
em conjunto, os discursos
silenciosos da percepção, o
prazer de conviver, o equilíbrio
de carne e de espírito
G
O amor maduro é a
valorização do melhor do outro
e a relação com a parte salva
de cada pessoa
Ele vive do que não morreu
mesmo tendo ficado para depois
G
Vive do que fermentou, criando
dimensões novas para
sentimentos antigos, jardins
abandonados, cheios de
sementes
G
Ele não pede...tem
Não reivindica...consegue
Não percebe...recebe
Não exige...dá
Não pergunta...adivinha
Existe, para fazer feliz
G
O amor maduro cresce
na verdade e se esconde a
cada auto-ilusão
G
Basta-se com o todo do pouco
Não precisa nem quer
nada do muito
Está relacionado com a vida
e sua incompletude, por isso
é pleno em cada ninharia por
ele transformada em paraíso
G
É feito de compreensão,
música e mistério
É a forma sublime de ser
adulto
E a forma adulta de ser
sublime e criança
G
É o sol de outono
Nítido mas doce...
Luminoso sem ofuscar...
Suave mas definido...
Discreto mas certo...
Um sol, que aquece até
queimar...
Artur da Távola
Falando com o Coração
Postado por
encontro marcado
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
0 comentários:
Postar um comentário